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A sensação de frescor e liberdade proporcionada pelo contato com a água do mar era uma alegria inimaginável para as pessoas com deficiência física que residem em Vitória, uma alegria com a qual nem poderiam sonhar. “Era”, passado imperfeito. Graças ao projeto “Praia Acessível”, essa alegria se tornou realidade e passou a fazer-se presente, muito presente, na vida desses moradores.

 

O projeto foi lançado na manhã ensolarada do último domingo (16), na Curva da Jurema, pela Prefeitura de Vitória, com a presença e o pleno apoio do vereador Fabrício Gandini. Na ocasião, com a assistência de uma equipe profissional que as conduziu em três cadeiras anfíbias (um tipo especial que flutua e não afunda na areia), dez pessoas com deficiência puderam dar um mergulho tão refrescante quanto libertador nas águas do mar, rompendo assim não só pequenas ondas, mas uma barreira que os privava dessa satisfação até então restrita a pessoas que não têm a mobilidade limitada.

 

O ponto para mergulho com apoio das cadeiras fica situado próximo à rampa feita na Praça dos Desejos. O serviço vai funcionar sempre de terça-feira a domingo, das 8 às 17 horas. O projeto é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Semesp). Mas, já em 2009, Gandini havia feito indicação à Prefeitura de Vitória, sugerindo projeto semelhante, a fim de promover a acessibilidade desses cidadãos. Na gestão passada, as cadeiras chegaram a ser adquiridas, mas o projeto não foi implantado.

 

– É um projeto de extrema importância, pois possibilita que o deficiente tenha mais liberdade e mais uma opção de lazer. Uma das maiores maravilhas de Vitória é o nosso mar. Por que privar esses cidadãos do direito de aproveitá-lo? A Prefeitura está de parabéns por essa medida que promove igualdade e acessibilidade – aplaude Gandini.

 

 

Uma das dez pessoas que inauguraram as cadeiras anfíbias no domingo foi a moradora da Serra Eloísa Miranda Fernandes, 31 anos, casada. Ela é cadeirante e estava sem ir à praia há muitos anos, pois, devido à doença de nascença (mielomeningocele), sentia-se privada desse tipo de lazer. “Essa iniciativa é muito importante para nossa classe, que é uma minoria, mas que também tem vida social e o direito de se divertir fora de casa, desfrutando de momentos de lazer. Amo praia e a sensação de liberdade é muito gostosa”, disse, ao lado do marido.

 

O Praia Acessível beneficia não apenas os cadeirantes, mas também pessoas com deficiência usando próteses. Nos finais de semana, o trabalho da Prefeitura de Vitória no projeto vai envolver um psicólogo, um assistente social, dois professores de Educação Física e quatro guarda-vidas. Durante a semana, serão dois guarda-vidas. Ao aderir ao projeto, o interessado será conhecido por um cadastro, informou o coordenador do projeto, Leonardo Miglinas.