Notícias

voltar

Ela ama Jardim Camburi – site sobre o bairro, mantido por moradora, comemora dois anos no ar

Sábado, 15 de Junho de 2013

Ela ama Jardim Camburi – site sobre o bairro, mantido por moradora, comemora dois anos no ar

O nome do site não deixa a menor dúvida: essa moradora de Jardim Camburi ama mesmo o “seu bairro”. E foi esse amor, somado à identificação da carência de um canal que concentrasse informações sobre Camburi, que levou Rita Georgia da Silva Noronha a criar, há exatamente dois anos, o site “eu amo meu bairro”.

De caráter jornalístico, o site nasceu sem grandes pretensões, mas converteu-se rapidamente num verdadeiro portal de informações para quem mora ou quer se informar melhor sobre tudo o que acontece em Jardim Camburi. Tudo mesmo.

 
Ali, podem-se encontrar novidades sobre temas como Direito, cultura, turismo, nutrição, meio ambiente e sustentabilidade, atividades físicas, beleza e estética, só para citar alguns exemplos. O site reúne, ainda, classificados, um guia comercial e um banco de oferta de empregos, além de um espaço para publicação de matérias escritas por estudantes de Jornalismo de uma faculdade particular situada no bairro.
 

As notícias, naturalmente, são direcionadas para os moradores de Jardim Camburi, mas, segundo Rita, também há leitores de bairros como Maruípe e Jardim da Penha, e até de outros municípios. Hoje, o volume médio de acessos chega a cerca de 3 mil por mês.

 
Ao longo dessa curta trajetória, o “eu amo meu bairro” pode ser considerado referência em participação e jornalismo cidadão por meio da internet. Tudo por obra de Rita. Formada em Letras Francês e com MBA em Telecomunicações, ela se criou em Maruípe, mas vive há 21 anos em Jardim Camburi.
 
“Quando me mudei para cá, não havia quase nada, muitas ruas ainda nem eram asfaltadas”, relembra. Desde então, muita coisa já mudou. Mas não a ligação dela com o bairro. Por que Rita ama tanto Jardim Camburi? Confira na entrevista completa:
 
Por que você decidiu criar o site?
 
Antes destes dois anos, fiquei um ano inteiro pensando em criar o site, e aí escrevi um projeto no computador, troquei ideias com o meu irmão. Na época, eu tinha a necessidade de encontrar uma escola para o meu filho. E, como não tenho carro, tinha que andar bastante pelo bairro. Mas sou web developer, então faço tudo pela internet. Então, comecei a fazer buscas pela internet para facilitar a minha vida, mas logo percebi que as listas de escolas que existem não são específicas para Jardim Camburi. Percebi a carência desse tipo de serviço com informações concentradas sobre o bairro. Pensei em criar uma lista comercial, depois vi que não seria suficiente. Seria mais interessante escrever sobre os acontecimentos do bairro.
 
Você tem colaboradores?
 
Sim. Tem o Marcelo Pamim, fotógrafo oficial do site; um jornalista que às vezes me ajuda; uma revisora, a quem submeto os textos, mas só em alguns casos, quando a matéria é mais elaborada e tenho mais tempo de publicá-la; a Patrícia Dicarli, que cuida da parte administrativa e me ajuda também na divulgação do site. E o meu filho Yuri, de nove anos (risos), que às vezes vai a um evento comigo e filma tudo para mim.
 
Como você mantém o site financeiramente?
 
Tenho pouquíssimos anunciantes, pois não estou fazendo um trabalho visando ao lucro, mas para atender as pessoas da comunidade. Comecei a sentir que o site estava aproximando a comunidade.
 
Como você define as pautas? Recebe muitas sugestões do público?
 
Digamos que metade das pautas sou eu mesma que defino, a partir das coisas que vejo no bairro, passando de ônibus ou andando na rua. Também fico pensando o tempo todo. Até porque, todo dia, tem conteúdo novo no site. Mas a outra metade das ideias de pauta vem dos próprios leitores. Hoje, as informações já chegam a mim. Eu nem preciso procurar tanto. Eles já me procuram, já me marcam no Facebook. Vivem me ligando, em vários horários. Quando não ligam, entram em contato por e-mail ou pela página ou grupo do “eu amo meu bairro” no Facebook.
 
E como é o feedback do público sobre o que você publica?
 
As pessoas passaram a saber o que está acontecendo e participando mais, por conta do site. Antes não havia um canal. Muitas pessoas comentam comigo: “Nem sabia que havia tanta coisa em Jardim Camburi”.
 
Antes de ser jornalista, você é moradora de Jardim Camburi. Como você administra essa relação? Consegue separar as coisas e se manter imparcial?
 
Tento manter esse distanciamento e não me envolver emocionalmente Não é possível, mas até tento. O que não faço de jeito nenhum é manifestar minhas próprias opiniões. Quero colocar no site informação para o público, não defender uma religião ou um partido porque são fortes na comunidade. Tenho minha posição sobre as coisas, mas evito colocar, pois tenho certeza de que, se eu fizesse isso, as pessoas iam me cobrar, e eu estaria deixando de cumprir o meu papel.
 
O que mudou na sua rotina por causa do “eu amo meu bairro”?
 
A partir do momento que passei a fazer o site, passei a me envolver mais com as pessoas do bairro. Também fiz muitos amigos por causa do site. Tem gente que conversa comigo pela internet como se nos conhecêssemos há muitos anos, mas nunca nem nos vimos pessoalmente. Acabo não tendo tempo de conhecer melhor essas pessoas, por causa do site.
 
Em poucas palavras, o que faz a Rita amar tanto assim o “seu bairro”?
 

Em primeiro lugar, as pessoas. Em segundo lugar, o bairro tem tudo o que eu preciso. Aqui, faço capoeira e musculação. A escola do meu filho também fica no bairro. E, além de trabalhar no Incaper, também realizo aqui no bairro o meu trabalho para o site.



Autor: Vitor Vogas

Leia mais