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     A educação no nosso país passa por um momento ímpar, momento este consolidado com a realização da Conferência Nacional de Educação (CONAE), realizada na última semana de março, em Brasília. Tive a importante missão de representar todos os parlamentares do nosso Estado como delegado, sendo um dos 23 vereadores do País presentes no evento.

     O momento é ímpar, pois sempre existiu o discurso da educação como prioridade, mas nunca se casou o discurso com o financiamento efetivo. No ano passado, ao derrubar a famosa Desvinculação das Receitas da União (DRU), a educação recebeu um incremento de R$ 9 bilhões, algo substancial e fundamental para começarmos a mudar a história até então realizada.

     Além do financiamento, que é essencial para começarmos a discutir, outro importante avanço foi o tema e resultado do CONAE: a união ao puxar a discussão de um sistema articulado de educação começa a dar um passo importante para termos uma educação de qualidade com políticas voltadas para todo o território nacional. O piso nacional, apesar de ainda baixo, foi uma grande conquista do magistério e deve ser só o início de uma política articulada.

     A construção de metas para a próxima década em seis eixos de discussão, com a participação de todos os estados é algo realmente empolgante. Apesar de existirem metas um tanto utópicas para o presente, foi fundamental projetar uma educação ideal para os próximos 10 anos.

     Creio que o resultado desse documento pode ser uma grande ferramenta para os gestores públicos municipais e dos estados. Um documento tão rico que aponta para o futuro, pode se tornar um poderoso Plano Diretor da Educação. Inúmeros tópicos que estão apresentados nas diretrizes já são executados em algum lugar do País, portanto factíveis, por exemplo: a eleição de diretores que já existe inclusive na nossa capital, Vitória.

     É necessário, no entanto, reconhecer que apesar do bom momento ainda falta muito a ser construído e que estamos longe de alinhar o discurso da prática, ainda falta financiamento que pode vir de um fundo do pré-sal, idéia debatida na Conferência. Ainda faltam vagas, melhores salários, estruturas adequadas e inúmeros outros problemas.

     Portanto, é fundamental reconhecermos a distância que ainda precisamos percorrer. Não transformar um tema de tal relevância em retórica política e criar condições para termos orgulho de nossa educação. Continuamos nossa incessante luta no âmbito local para transformar Vitória em um exemplo para nosso País.