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Aracruz precisa de recursos para colocar em prática projeto de esgotamento

Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2019

Diretor-geral do Saae da cidade pediu linha de financiamento para que obras sejam realizadas

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Aracruz tem 42% de cobertura de rede e tratamento de esgoto e espera até 2026 alcançar a universalização do saneamento. Os projetos executivos para as obras já foram elaborados e investimento total gira em torno de R$ 253 milhões. Mas, segundo o diretor-geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) municipal, Elias Antônio Coelho Marochio, o problema é a falta de recursos para colocar as obras em prática, que ainda precisam ser captados.

Na reunião da Frente Parlamentar de Fiscalização de Obras de Coleta e Tratamento de Esgoto no ES, realizada nesta quinta-feira (12), o diretor cobrou uma linha de financiamento, sobretudo junto ao governo do Estado, uma vez que só a taxa paga pela população pelo serviço não é suficiente para ampliar o sistema. “Hoje os Saaes estão meio que órfãos, não temos uma linha de financiamento”, afirmou.

De acordo com ele, o governo tem investido muito na Cesan. A autarquia inclusive assumirá a distribuição de água e a rede de esgoto e tratamento na região da orla, muito em função dos investimentos empresariais, como o estaleiro Jurong, e ao apelo turístico do local – aliviando em R$ 100 milhões (do total de R$ 253 milhões) os investimentos municipais previstos.

Cesan x Saae

O sistema de funcionamento híbrido despertou questionamento do deputado Gandini (Cidadania), presidente da FP. Se a Cesan já vai assumir a orla, perguntou, por que não poderia ficar encarregada por todo o sistema de saneamento de Aracruz (que inclui outras três regiões). “Pelo que estou vendo o Saae não tem condição nenhuma de executar (os investimentos)”.

Elias associou o crescimento da Cesan aos recursos que o governo do Estado aloca na companhia, pois “tarifa não paga o negócio”. “Por que o governo investe só na Cesan? Vamos lembrar aqui que Aracruz e os demais municípios compõem o caixa do governo”, avaliou. Se isso fosse feito, o serviço poderia ser tocado pelo Saae porque apresenta custo operacional menor.

Para o vice-prefeito de Aracruz, Lucio Zanol (PTN), essa dificuldade estaria associada à visão que a população local tem sobre a Cesan, de uma empresa que cobra tarifas altas. Para que essa mudança fosse colocada em prática, seria necessário aprovar uma lei na câmara municipal e os vereadores sofreriam pressão dos moradores da cidade, ponderou.

Para o morador da Barra do Sahy Jean Pedrini a proximidade do Saae com a comunidade não pode ser esquecida. “Geralmente os trabalhadores são pessoas ligadas à comunidade”, explicou. “Eles entendem o Saae como uma família, uma extensão de sua casa”.

Já o representante da Cesan Luiz Cláudio Victor Rodrigues adiantou que o contrato para o início das obras na orla será assinado nos próximos dias, com prazo de entrega em 6 anos. Ele não descartou que a companhia assuma o serviço em todo o município. “É muito importante para gente que esse sistema funcione, que o contrato dê certo, e que a gente possa evoluir. Quem sabe a gente não evolui para o município inteiro?”, finalizou.

 

*Por Marcos Bonn – Reprodução Site Ales
  

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