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Guarapari pede despoluição do Rio Meaípe

Sexta-feira, 30 de Agosto de 2019

Ampliação da rede de esgoto na área norte da cidade também foi demanda apresentada em reunião da frente parlamentar que fiscaliza obras de saneamento na Grande Vitória

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Em reunião pública realizada na noite de quinta-feira (29) pela Frente Parlamentar de Fiscalização das Obras de Coleta e Tratamento de Esgoto na Grande Vitória, moradores de Guarapari pediram solução urgente para a implantação de redes de esgoto na área norte da cidade (divisa com Vila Velha). Outra demanda apresentada foi a necessidade de despoluição do Rio Meaípe, que tem causado transtornos para os moradores do balneário. 

Conforme foi explicado, o problema ocorre, principalmente, durante o verão, quando há grande contingente de turistas em Guarapari, o que agrava ainda mais a situação, pois a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) que atende Meaípe e outros bairros já não suporta nem mesmo o esgoto lançado na rede no período da baixa temporada.

O diretor-presidente da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), Carlos Aurélio Linhalis, anunciou que até o final do primeiro semestre de 2020 será inaugurada a nova ETE de Meaípe, na saída para o município de Anchieta, o que, em sua avaliação, solucionará de vez os problemas relacionados ao balneário.

Ele admitiu que a atual ETE localizada no bairro está sucateada, e não dispõe de condições de processar todo o esgoto captado para tratamento.

A despeito disso, Linhalis atendeu pedido dos moradores para que seja formada uma comissão, composta pela Cesan, secretarias de Meio Ambiente e de Obras de Guarapari e Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA), para uma visita a Meaípe com vistas ao encontro de alguma solução, ainda que paliativa, que possa amenizar o mau-cheiro de esgoto, até que a nova ETE seja inaugurada.

A Frente Parlamentar também se prontificou em se juntar ao grupo para buscar alternativas com vistas a mitigar os efeitos negativos provocados pelo esgoto não tratado no balneário.

Região norte

O presidente da Cesan anunciou também que até o ano de 2021 deverá ser iniciada as obras de implantação de rede de esgoto na parte norte de Guarapari – área dominada por sítios e chácaras, localizada nas proximidades do pedágio da Rodosol, na divisa com Vila Velha.

“Essas obras constam do Plano Municipal de Saneamento Básico (de Guarapari), e estamos na fase de levantamento de projetos para depois orçarmos e fazermos a captação de recursos, que já estão garantidos”, explicou.

Linhalis relatou que Guarapari é constituído atualmente de cinco sistemas de esgotamento sanitário: Aeroporto (que abrange os bairros de Praia do Morro, Muquiçaba, Itapebussu, Lagoa Funda, Sol Nascente, Jardim Boa Vista, Santa Rosa e adjacências); Centro, Perocão, Jabaraí e Meaípe (que compreende a região central e os balneários, onde há grande concentração populacional).

O diretor da Cesan disse que apesar dos esforços da prefeitura no sentido de aumentar o número de ligações das residências às redes disponíveis, ainda há defasagem, pois muitos resistem em cumprir as normas. A secretária municipal de Meio Ambiente, Thereza Cristina Hansen, afirmou que por meio de campanhas de conscientização e de multas aplicadas pela fiscalização municipal, o número de residências não interligadas caiu.

Dados da Cesan, expostos durante a audiência, mostram que o número de imóveis cobertos pela rede de esgoto subiu, entre 2012 e 2019, de 50,4 mil para 84,3 mil; já o número de construções que efetivamente se interligou a rede cresceu no período de 45,7 mil para 69,6 mil.

Entre 2012 e 2019 foram coletados e tratados 35 bilhões de litros de esgoto na cidade, com um percentual de 34% entre 2017 e 2019, indicando que nesses últimos dois anos houve um acréscimo considerável de cerca de 12 bilhões de litros.

Thereza Cristina disse que em alguns casos, quando o morador ou comerciante resiste e continua a descumprir as normas de lançar o esgoto na rede coletora, a pasta do meio ambiente não tem outra coisa a fazer a não ser multar. “É muito chato ter de fazer isso, mas tem pessoas que só tomam providencias para resolver o problema quando dói no bolso. E às vezes é uma multa pesada, já foi aplicada multa de até R$ 8 mil reais”, relatou.

A secretária acrescentou que as melhorias na coleta e tratamento de esgoto na cidade estão impactando positivamente na qualidade da água do mar de Guarapari, o que terá um ganho ainda maior com a inauguração da nova ETE de Meaípe e com a implantação de redes na parte norte da cidade.

“Quando assumimos a pasta de Meio Ambiente eram oito pontos impróprios para banho, mas resolvemos isso, e hoje Guarapari, que dispõe de 52 praias lindíssimas, é o balneário mais limpo do Espírito Santo”, afirmou.

O presidente da Frente Parlamentar, deputado Gandini (Cidadania), avaliou como relevante o debate promovido sobre o saneamento básico em Guarapari. “Vimos que a cidade tem boas condições de coleta e tratamento de esgoto, mas ficou claro, por outro lado, que providências precisam ser tomadas para solucionar problemas”, observou.

Gandini disse que a frente está mobilizada para que a implantação da rede na parte norte de Guarapari saia do papel, e para que o problema da poluição do Rio Meaípe seja resolvido.

O deputado Alexandre Xambinho (Rede) defendeu união de esforços entre os órgãos ambientais, as secretarias de Meio Ambiente e de Obras de Guarapari e a Cesan, para que o debate realizado sobre o saneamento da cidade resulte o mais rápido possível em solução para os problemas apontados.

“A frente parlamentar está nessa luta, pois a questão da coleta e do tratamento de esgoto é uma das principais demandas da população, não só no Espírito Santo, mas em todo o país”, declarou. 

 

Fonte: Site Ales (Texto: Wanderley Araújo/Foto: Lissa de Paula 

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