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Auxiliar de Berçários: desafios da função

Segunda-feira, 07 de Dezembro de 2009

Auxiliares de Berçários são tema de Audiência

A Câmara Municipal de Vitória, através da Comissão de Educação, realizou uma Audiência Pública (AP) com o tema “O Papel do Auxiliar de Berçário no Universo da Educação Infantil”, nesta terça-feira, das 13 às 16 horas, no Plenário.

A AP, que lotou as galerias do Plenário, foi conduzida pelo presidente da Comissão de Educação da CMV, Fabrício Gandini (PPS), que contou com a participação da Secretária Municipal de Educação de Vitória, Vânia Carvalho de Araújo; do Sub-Secretário Municipal de Administração Glinaldo Faioli; e da diretora do Sindicato dos Servidores Municipais de Vitória (Sindismuvi), que requereu a AP, Verônica Grilo.

Durante a Sessão foram discutidos inúmeros problemas que atingem os cerca de 400 profissionais auxiliares de berçários nas escolas da Capital capixaba. Entre eles o excesso de trabalho, a falta de tempo para participar do planejamento; assédio moral e más condições de trabalho, entre outras queixas.

Abertura – No início dos trabalhos o vereador Fabrício Gandini observou que a audiência é o espaço adequando para a discussão das questões envolvendo a atividade, pois reúne os vários setores envolvidos. “Essa presença expressiva dos auxiliares de berçário mostra que a categoria está unida!”, disse ele. “E a presença dos representantes da PMV mostra que o executivo está aberto ao diálogo”.

No início da Audiência a Secretária de Educação fez considerações sobre a importância do papel dos auxiliares de berçário, embora esta função seja recente na história da Educação. “Ela nos remete a pensar numa práxis pedagógica não assistencialista, que nos ajudar a pensar na criança como um sujeito de direito”, disse Vânia.

A representante do Sindismuvi apresentou, em data show, vários aspectos que envolvem as contradições do exercício da função de auxiliar de berçário e foi muito aplaudida pelos presentes. Na abertura da exposição ela apresentou uma frase de Luis Fernando Veríssimo que resumiu o ideário da categoria:

“As instituições não têm cara, não têm alma. Têm história, mas não têm histórias. Cara a história têm as pessoas que trabalham na instituição e lhes forma a história”.

Em seguida Verônica relacionou uma série de itens que sobrecarregam a atividade dos auxiliares de berçários, todos concursados, num total de 400 profissionais, em fase probatória, que arcam com responsabilidades que vão muito além do que prevê a lei que regula a função.

Queixas – Entre as principais críticas está a impossibilidade de participar dos planejamentos de atividades, falta de espaços adequados para atividades, problemas ligados ao Brincarte e assédio moral para os que se queixam das irregularidades.

A Secretária Vânia Carvalho de Araújo se mostrou sensível as reivindicações da categoria e prometeu agir na medida do possível para enfrentar. “Temos problemas difíceis como a falta de espaço adequado para novas Escolas e principalmente com o tempo integral. Estamos pensando o Brincarte sobre um novo ângulo e nos próximos passos vamos planejar esse espaço ao lado da escola para evitar problemas com transporte das crianças e transporte de merendas que são as principais queixas”.

Além da construção de escolas mais adequadas e continuar lutando por condições de trabalho mais dignas, Vânia propôs a escola como interlocutora para os auxiliares que não estejam sendo atendidos pelos seus superiores. “Assédio moral é sério e a Secretária tem que participar se for preciso”.

O Sub-Secretário Glinaldo Faioli reforçou o discurso da Secretária de Educação. “Estamos nos esforçando para atender às demandas. Há muito por melhorar, mas muito já foi feito. Aqui houve queixas de desvio de conduto, que devem ser denunciadas e investigadas. Outra demanda foi reenquadrar a categoria como Assistente de Educação Infantil e já estamos enquadrando as mudanças de cargo. Temos um aumento no orçamento no ano que vem. Não é o ideal. Mas é o possível”.

Encaminhamentos – Encerrando o evento, o vereador Fabrício Gandini sugeriu que a Secretária Vânia encaminhe um ofício às escolas orientando os responsáveis pela inclusão dos auxiliares de berçários nos planejamentos de atividades, já que essa é uma das principais reivindicações da categoria. “Também defendo que as políticas estruturantes da Educação não dependam do Orçamento Participativo”, disse ele. “Vamos continuar apresentando Emendas em prol da Educação. As escolas precisam e consideramos com a colaboração de todos que estão aqui hoje”.

No encerramento da AP todos elogiaram a disposição para o diálogo dos presentes e a necessidade de novas iniciativas como essa.



Autor: Departamento de Comunicação da CMV

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